Remoto versus Presencial: mais uma mostra de que a história é pendular!
- Até 2019: trabalho remoto ou híbrido era a exceção, em muitos casos sequer cogitado pelas empresas e profissionais.
- Entre 2020 e 2021: essas modalidades se tornaram (especialmente em TI) quase que um pré-requisito por parte dos profissionais, ao mesmo tempo que para muitas empresas se tornou uma alavanca para a expansão.
Eis que leio essas frases em uma matéria da Nasdaq e fica clara mais uma virada:
“KPMG’s 2023 U.S. CEO Outlook survey found that 62% of the 400 CEOs it spoke with believed their workers would be back in the office within the next three years. That’s up considerably from the 34% who believed that last year.”
“Underlining the change in thinking was the percentage of CEOs who envision a fully remote work environment. Just 4% felt that way this year, versus 20% in 2022.”
Aqui a matéria completa, mas a comprovação empírica qualquer um pode ter apenas observando o trânsito e a ocupação dos restaurantes na hora do almoço: https://www.nasdaq.com/articles/employers-see-an-end-to-remote-work
Como comentei em outro post, a adoção massiva do modelo de trabalho remoto foi uma mudança enorme no paradigma para muitos.
Embora números mostravam que diferente do que a “bolha” em que vivemos no mundo de IT podia nos fazer pensar, não foi “todo mundo” que passou a trabalhar remoto.
Pelos números dos EUA, o trabalho remoto aumentou de cerca de 6 para “apenas” 18% do total de pessoas. Bem menos do que a percepção geral.
Ainda assim, sigo acreditando no modelo híbrido, ao menos para as profissões em que ela é cabível e para as pessoas que valorizam isso.
O aumento na qualidade de vida por conta da flexibilidade para balancear as questões domésticas e corporativas é muito valioso e positivo no resultado líquido da produtividade decorrente da felicidade e engajamento.
Menos tempo e estresse no trânsito, menor custo de vida (transporte ou localidades mais baratas), mais tempo com a família (e todos os benefícios difíceis de quantificar decorrentes disso), etc.
Mas sou realista quanto ao híbrido não ser a resposta para tudo (ou ser viável para todo tipo de atividade) e ter os seus desafios.
Vejo que traz uma dificuldade em se manter os vínculos entre as pessoas e as empresas, assim como de se criar ou cultivar uma cultura forte, e algumas pesquisas já demonstram isso.
Grandes coisas acontecem quando as pessoas sentem fazer parte de algo maior, criando um ciclo de evolução, inovação e disrupção.
É importante de se manter os canais e potencializar as oportunidades de interação para a “colisão de ideias”. Existe uma “magia” da interação presencial difícil de ser igualada pelo remoto, como o “acaso” ou as interações não planejadas de “bate-papo no café” ("De onde vêm as boas ideias").
É uma questão de se buscar o equilíbrio, considerando que o modelo ideal varia para cada tipo de organização, sem uma fórmula única de sucesso!