Um assunto que combina muito bem com uma segunda de manhã: semana com apenas 4 dias úteis.
O quão realista é esse conceito dentro da nossa realidade atual?
Antes de descartar a ideia, ale considerar que alguns conceitos nascem como algo pitoresco, excêntrico e meramente experimental, mas com o tempo acabam se tornando prática comum.
Quem não lembra quando apareceu o tal do “casual day” que parecia sem muito sentido, afinal, na prática era apenas trabalhar às sextas sem gravata?
Algum tempo depois as gravatas foram abolidas todos os dias. Poucos anos depois passou a ser exceção à regra ver alguém com paletó e gravata. Mais alguns anos depois e a pauta passou a ser a liberação do uso de bermudas!
Há alguns anos falar em trabalho remoto era algo fora da realidade. Hoje em dia se faz necessário buscar incentivos para que as pessoas venham trabalhar presencialmente. O desafio para a atração e retenção de talentos nas organizações passou a ser como criar uma dinâmica de trabalho que harmonize a facilidade do home office com a magia da interação humana presencial.
O mesmo valeu para o Agile, que muitas vezes era apenas uma PoC e hoje virou a regra para a grande maioria das iniciativas nas empresas.
Teve ainda o uso de Cloud em Bancos. Há alguns anos lembro que a simples citação dessa possibilidade era recebida com risadas e ironias. "Onde já se viu os dados de um banco hospedados por aí". Hoje a reação de espanto é caso você ainda não tenha algo por lá!
Não sei qual será o futuro de uma semana com 4 dias úteis, mas não vou estranhar se ela ganhar corpo e virar um novo paradigma incorporado ao nosso dia a dia como algo normal.
Aqui um artigo do MIT Sloan Management Review sobre uma pesquisa feita no Reino Unido: https://sloanreview.mit.edu/article/how-far-reaching-could-the-four-day-workweek-become/
Nele se fala em ganhos de produtividade nas organizações que adotaram o conceito e passaram e ter benefícios em satisfação dos funcionários, nível de estresse, qualidade de produtos e serviços, entre outros.
Ele cita vagamente a questão dos custos para os empregadores e nesse sentido, não dá para negar que existe uma mudança de comportamentos e paradigmas que muitos explicam como sendo geracional.
A sociedade seguirá evoluindo, o que incluí as relações trabalhistas (o que vai precisar incluir obviamente também as leis trabalhistas) e me parece natural que parte dos empregadores e empregados podem vir a achar mutuamente benéfico trabalhar apenas 4 dias.
Vejo no dia a dia gente cada vez mais preocupada com a qualidade de vida, no sentido de ter tempo para a família e outras questões pessoais para as quais uma semana com um dia a mais de "final de semana" (mesmo que com um salário menor) soaria mais vantajoso dos que um salário maior trabalhando 5 dias.
Enfim, vamos ver como o tema evolui ao longo do tempo e em outras geografias, inclusive nos países em desenvolvimento como o Brasil.