Quem nunca participou de algum projeto que falhou ao longo da sua carreira?
Se tiver vergonha de falar, pode responder na linha do “eu não, mas conheço alguém que participou”.
E enquanto “falhar” a definição mais aceita hoje em dia é algo como “não atingir com algum dos objetivos ou premissas originais”.
As estatísticas mostram que a maioria massiva dos projetos apresentam algum desvio entre o planejado e o realizado.
Os números variam muito de acordo com a fonte, mas ficam entre 30 e 60% do total de projetos de IT não conseguem atingir seus objetivos ou ficam fora do orçamento e do cronograma originais.
Ou seja, se por acaso respondeu “sim” em ter participado de algum que falhou, não se sinta “privilegiado” (ironia), pois dado que cada pessoa participa de diversos projetos ao longo da vida, e tantos deles “falham”, o estanho seria não fazer parte de nenhum que tenha falhado.
Me parece saudável buscar alternativas modernas fazendo uso de recursos, processos, metodologias e tecnologias mais atuais para buscar mudar essa realidade.
Mas “calçando as sandálias da humildade”, fico pensando e sou obrigado a reconhecer que muito provavelmente várias gerações passadas provavelmente pensaram da mesma forma ao longo da história em tecnologia.
Imagino nossos “antepassados” super entusiasmados com as tecnologias e avanços de cada época:
“Olha só, inventaram essa metodologia nova chamada Waterfall”, agora os projetos não têm mais como falhar!”
“Esse tal de Excel pode ser bem útil para controlar as atividades. Agora eu acho que não tem mais como dar errado!”
“Agora que temos o Project detalhando cada atividade, cada recurso e o relacionamento entre eles não existe chances de atrasos ou surpresas!!
Mas, a realidade se fez inevitável e no final os resultados não foram muito convincentes, pois me parece que a quantidade de falhas segue alta até hoje.
De qualquer forma, vale manter o otimismo e seguir lutando e acreditando que podemos fazer diferente!
Vale ler a matéria da CIO Online sobre algumas das causas das falhas: https://www.cio.com/article/230427/why-it-projects-still-fail.html
Apesar do percentual de projetos que falham seguir alto, pelo menos os impactos das falhas parecem ser menores, justamente pela mudança de paradigma que o mundo Agile trouxe. Usando uma frase da própria matéria: “In other words, IT project failure now is more about missed marks than technological disasters.”
E eu concordo. Minha percepção é a de que os “fracassos retumbantes” são bem menores do que já foram no passado.
O fato de se fatiar as entregas tem essa “vantagem colateral”.
Entendo que o propósito original desse fatiamento é a possibilidade de antecipar os benefícios. Mesmo que não se tenha todas as funcionalidades, ao menos já se pode capturar o valor daquelas mais importantes (quando cabível).
E ao mesmo tempo, é possível antecipar muitos dos problemas de definição, estimativas otimistas demais, e por aí vai.