Quais os prognósticos e desafios para as plataformas de No & Low-code aqui no Brasil?
Estive recentemente em alguns eventos sobre essas plataformas e achei as discussões muito boas.
Vi um público engajada e com uma vibe muito positiva, assim como uma atmosfera “indie” do ecossistema de palestrantes e empresas.
Atendendo às minhas expectativas, vi discussões bem interessantes dos impactos de Generative AI no mundo Low-code.
Outra coisa que me chamou bastante atenção foi com a “demografia” da audiência: vi muita gente jovem!
Somando tudo (público jovem + crescimento exponencial com AI + ecossistema em ebulição), o saldo é bem positivo.
Ficou bem claro o quanto o low-code se desenvolveu no mundo e o quanto ainda há por ser percorrido no Brasil até fazermos um catch-up com o cenário global (embora já existam alguns cases locais bem parrudos).
Considerando o tamanho do público "enterprise" + plataformas cada dia mais maduras e sofisticadas + crescimento exponencial com AI + ecossistema cada dia maior, reforça a percepção geral de que esse tema veio para ficar e tem tudo para crescer muito aqui.
Eu acredito que o conceito e as tecnologias de No & Low-code vieram para ficar e terão cada vez mais relevância no mundo enterprise. Listo alguns poucos pontos como meu racional para isso:
1) - Há uma demanda crescente por soluções em tecnologia, isso basicamente em qualquer tipo de empresa, ou mesmo em quase qualquer setor dentro de uma empresa. E a concorrência faz com que a pressão por prazos seja igualmente crescente.
2) - Apesar dos cortes recentes nas big techs, o consenso é de que ainda temos mais demanda que oferta de profissionais de tecnologia, e o low-code tende a ampliar o espectro de profissionais habilitados para desenvolver soluções.
3) - É cada vez mais comum a adoção de conceitos como Fusion Teams, Citizen Developer e afins que buscam justamente aproximar (ou mesmo "fundir" a tecnologia com o negócio), o que tem tudo a ver com o tema.
4) - Mesmo nas empresas em que não ocorreu (ainda) essa fusão proposital entre business e IT, o fato é que a fluência em tecnologia por parte das pessoas "de negócios" é cada vez maior, até mesmo pela exposição crescente aos serviços digitais que qualquer pessoa já tem hoje em dia enquanto consumidor.
5) - Acredito que com o avanço exponencial de Generative AI a facilidade no uso de No / Lo-code tende a ser cada vez maior. Se o GitHub Copilot e soluções afins já estão transformando a realidade do mundo dos desenvolvedores "de TI", imagina o quanto essas plataformas de AI não farão em um mundo que já é para ser simplificado by design?
De qualquer forma, também acho que nem tudo é tão simples assim e sigo com sérias dúvidas e indagações sobre como conciliar o desenvolvimento descentralizado nesse "mundo shadow IT" com as necessidades e requisitos de controle intrínsecos de IT do "mundo enterprise", como:
- Controles e auditorias (como gestão de configuração e processos de homologação, deploy e configuração).
- Gestão de obsolescência dos "ativos" de TI gerados via No / Lo-code. Tanto no nível das plataformas quanto no das soluções criadas dentro das plataformas (quando pertinente).
- Gestão de disponibilidade e performance, desde o design das soluções até o acompanhamento e escala de uso em produção.
- Gestão de incidentes e problemas, preferencialmente alinhado com a disponibilidade e performance em uma linha de SRE.
Enfim, acho que é algo "recente" com suas arestas a serem aparadas, mas que já vem demonstrando o seu valor há algum tempo e tem tudo para crescer ainda mais em paralelo com as soluções Cloud e AI.