Se alguém ainda tinha alguma dúvida de que o Pix "pegou", acho que agora não deve ter mais: 29% de participação de mercado em 2022!
Vide matéria da StartSe: https://www.startse.com/artigos/pix-bate-recorde-relacao-consumidores/
Considerando que o Pix foi lançado em nov/2020, pode-se dizer que ele assumiu a liderança já no seu segundo ano cheio. O segundo colocado, Cartão de Crédito, ficou com 20%.
Eu acho isso incrível e me pergunto como é possível que uma demanda latente tão grande tenha ficado dormente por tantos anos sem ser explorada antes pelos próprios bancos?
Considerando esse nível de adoção, assim como o quanto mais o Pix deve crescer com as novidades que têm surgido (Pix Crédito, Pix Offline, Pix Internacional, Pix Parcelado, pix a prazo, etc.), qual será que o patamar de teto?
Uma outra matéria apontou a América Latina na vanguarda da adoção do que é chamado A2A ("Accout To Account"), que é onde o Pix se enquadra.
Pela pesquisa não existe outra geografia em que esse tipo de meio de pagamento seja tão adotado quanto aqui. Quem diria que veríamos a América Latina na vanguarda em um tema financeiro?
Ultimamente se falou muito sobre outros países, inclusive os EUA adotarem suas soluções análogas.
Mas não sei se nesses países onde o Cartão de Crédito já é tão disseminado, mecanismos os como o Pix farão tanto sucesso quanto por aqui, até por questões históricas e culturais.
O padrão de consumo aqui tinha o débito, cheque e boleto, conceitualmente mais próximos do Pix Débito).
Lá fora (ainda usando como exemplo os EUA) o acesso aos cartões de crédito é facilitado e a fatia de mercado predominante já há muito tempo.
Mas vale considerar que o tamanho do "bolo" dos meios de pagamento eletrônico como um todo segue crescendo a cada ano, como um reporte recente da Abecs apontou.
Os números de pagamentos com cartões também cresceram e batem com a minha percepção pessoal de que cada vez mais gente tem adotado o contactless, (pagamento por aproximação).
Acho que a popularização de smartphones e smartwatches com esse recurso, assim como a própria praticidade de não precisar carregar a carteira, explicam esse aumento de quase 200% nessa modalidade.
Por fim, hoje em dia quando eu comparo o “Pix” com o “Crédito” sob a ótica de cliente/consumidor, me parece cada vez maior o nível de competição entre ambos:
- Pix: cada vez mais lojas oferecendo descontos para pagamento com Pix (é bem normal descontos de 5% ou mais). Segundo uma matéria que vi ontem, a oferta do Pix nos grandes sites de e-commerce chegou em 100% e igualou o Crédito. Além de ser contactless “by design”.
- Crédito: benefício intrínseco de você só pagar depois (embora o Pix Crédito deve igualar isso), além dos pontos em milhagem, salas de espera em aeroportos, seguro-viagem e eventuais outros benefícios (como cashback).
Já não é tão simples fazer uma conta objetiva na ponta do lápis comparando os dois e talvez a resposta varie de acordo com o que se vai comprar!