Eu acredito que o modelo híbrido veio para somar e essa matéria do Gartner aponta na mesma direção: https://www.gartner.com/en/articles/getting-employees-to-love-workplace-tech
Sem dúvida faz muito sentido em muitos cenários e faz parte do papel de IT ajudar a disponibilizar o ferramental e suporte que permitam potencializar essa modalidade. E nesses últimos 2 anos é bem perceptível o quanto ela já evoluiu.
Aqui nessa matéria uma visão bem estruturada de framework sobre aspectos a serem considerados sobre o tema (alguns dos quais vão além de IT e se misturam com a própria estratégia da operação das organizações).
Quanto ao trabalho remoto em si, basta falar com as pessoas para ver o quanto impactou positivamente a qualidade de vida para uma parcela expressiva da população.
Menos tempo no trânsito (e respectivo estresse no deslocamento), menor custo de vida (por menos transporte, viabilidade de morar em localidades mais baratas), mais tempo com a família (e todos os benefícios difíceis de quantificar decorrentes disso), e por aí vai.
Mas também sou bem realista e igualmente acredito que não é (pelo menos não ainda) a resposta para tudo e nem é viável para todo e qualquer tipo de trabalho ou papel.
Para alguns casos não tem como escapar do 100% presencial, para outros é possível se vislumbrar o 100% remoto e para outra parcela o híbrido de mostra a melhor alternativa.
Mesmo para os que o 100% remoto se mostra possível, vejo uma dificuldade maior em se manter os vínculos emotivos/empáticos entre as pessoas e a empresa, assim como de se criar ou manter uma cultura forte, pois se corre o risco de as pessoas manter uma relação meramente "transacional" com o trabalho.
E eu creio que grandes coisas acontecem especialmente quando as pessoas sentem fazer parte de algo maior do que um mero trabalho "transacional". É quando a magia acontece e se cria um ciclo de evolução, inovação e disrupção.
Daí a importância (na minha humilde opinião) de se buscar o híbrido sempre que possível, para se manter abertos os canais e potencializar as oportunidades de interação presencial para a "colisão de ideias" (vide "De onde surgem as boas ideias").
Ainda existe um aspecto "mágico" da interação presencial que deve levar um tempo para ser igualada pelas plataformas tecnológicas de suporte ao trabalho remoto, como o "acaso" ou as interações não planejadas de um mero "bate-papo no café".
Lembro de ter visto recentemente uma matéria sobre um estudo mostrando o quão importante segue sendo para alguns tipos de atividades para as quais o nível de interação para produção criativa o contato presencial segue imbatível.
De qualquer forma, para muitos esse é um movimento ainda recente e tenho certeza de que muitos estudos ainda virão para, como li outro dia: "provar cientificamente aquilo que as experiências empíricas já demonstram claramente".