Os avanços do Platform Engineering e sua importância no Modelo Operacional

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A transformação digital contínua é uma realidade inegável no ambiente de TI corporativo.

A engenharia de plataforma, uma evolução das práticas de DevOps, está remodelando como as organizações gerenciam e escalonam suas infraestruturas de TI e aplicativos.

Recentemente li um artigo na InfoWorld o qual gostei muito da abordagem adotada e recomendo a leitura a partir do link a seguir:

https://www.infoworld.com/article/3694869/why-platform-engineering.html

A engenharia de plataforma está influenciando positivamente a produtividade dos desenvolvedores, a qualidade dos serviços e a eficiência operacional das organizações.

Vale destacar os benefícios significativos desta abordagem inovadora, assim como os desafios enfrentados pelas organizações na adoção dessas práticas.

A visão da InfoWorld

O artigo da InfoWorld discorre sobre a evolução das práticas de TI, desde os métodos tradicionais de configuração de sistemas até a adoção de práticas modernas de DevOps e engenharia de plataforma.

Com o advento de ferramentas como CI/CD (Integração Contínua e Entrega Contínua), IaC (Infraestrutura como Código) e a gestão de sistemas containerizados, as equipes de TI têm melhorado significativamente a confiabilidade, segurança e desempenho dos sistemas.

Equipes de DevOps, adotando práticas de entrega contínua, colaboram com engenheiros de nuvem para desenvolver automações que escalam a infraestrutura baseada em demandas computacionais.

A engenharia de plataforma, por sua vez, é destacada como uma evolução do DevOps, focando na criação de componentes reutilizáveis e autosserviços que facilitam o desenvolvimento de aplicativos.

Este modelo permite que equipes de desenvolvimento se concentrem mais na criação de funcionalidades e menos na configuração de infraestrutura, o que é fundamental em um cenário onde a experiência e produtividade dos desenvolvedores são priorizadas.

A engenharia de plataforma é apresentada como uma solução interna que visa resolver problemas de engenharia em escala, promovendo consistência entre equipes e integrando conformidade diretamente nas plataformas.

A Evolução ou Renomeação das Práticas de DevSecOps: Perspectiva sobre a Engenharia de Plataforma

Ao longo de duas décadas de carreira no setor de Tecnologia da Informação, especificamente focado nos serviços financeiros, testemunhei inúmeras inovações e mudanças paradigmáticas que transformaram a maneira como desenvolvemos, entregamos e mantemos software e infraestrutura.

A constante evolução tecnológica é um lembrete persistente de que, no campo da TI, a aprendizagem é um processo contínuo e inescapável.

Recentemente, o conceito de engenharia de plataforma começou a ganhar destaque como uma evolução das práticas de DevOps, ou mais especificamente, DevSecOps.

No entanto, na minha humilde opinião, essa abordagem não se apresenta como uma inovação disruptiva, mas sim como um refinamento pragmático das metodologias existentes.

CIO Codex Framework -Platform Engineering

Platform Engineering é uma disciplina emergente no domínio da Tecnologia da Informação que reconhece a crescente complexidade dos sistemas e a necessidade de uma abordagem holística que abrange tanto a criação quanto a operação de sistemas em ambientes de produção.

Esta abordagem marca uma evolução significativa na maneira como as equipes de TI operam, destacando-se como uma resposta estratégica à necessidade de agilidade, resiliência e eficiência operacional.

A essência do Platform Engineering reside na sua premissa de "you build it, you run it", incentivando os desenvolvedores a assumirem responsabilidades que tradicionalmente estavam nas mãos das operações de TI.

Este paradigma promove uma maior sinergia entre as equipes de desenvolvimento e operações, pois os desenvolvedores se tornam mais conscientes das implicações operacionais de suas decisões de design e código.

A implementação eficaz do Platform Engineering requer uma mudança de mentalidade.Os desenvolvedores devem internalizar e priorizar a operacionalização durante todas as fases do desenvolvimento do sistema.

Isso inclui considerações sobre monitoramento, telemetria, segurança, compliance, escalabilidade e a gestão de infraestrutura como código.

Além disso, Platform Engineering promove a criação de plataformas autosserviço que habilitam os desenvolvedores a provisionar recursos, configurar ambientes e implementar aplicações com autonomia, seguindo os guardrails definidos pelas práticas de governança e segurança.

Isso não apenas acelera o ciclo de vida de desenvolvimento de software, mas também aumenta a confiança nas soluções implementadas.

Para suportar essa transição, é crucial o investimento em ferramentas e plataformas que permitem automação e orquestração eficientes.

A adoção de contêineres, orquestração de contêineres e a infraestrutura como código são elementos chave nesta jornada, permitindo que os sistemas sejam rapidamente iterados, escalados e mantidos com confiança.

Em suma, Platform Engineering está redefinindo o ecossistema de TI ao alinhar de perto a criação e operação de sistemas, as organizações ganham em agilidade, qualidade e desempenho.

Com o desenvolvedor no centro desta transformação, a prática está se tornando um componente vital para empresas que buscam inovar e competir em um mundo digital acelerado.

As preocupações operacionais agora são uma consideração primária e não uma reflexão tardia, garantindo que a tecnologia não apenas atenda às necessidades atuais, mas também seja sustentável e resiliente no longo prazo.

A engenharia de plataforma, à primeira vista, pode parecer uma repaginação das práticas estabelecidas de DevSecOps.

O grande diferencial do Platform Engineering está na ideia de acelerar o ciclo de desenvolvimento e segurança operacional através de uma estrutura mais organizada e eficiente, bastante inspirada nos conceitos do "Team Topologies".

Esta abordagem foca em aumentar a produtividade e a qualidade por meio da especialização dos times.

Times dedicados ao desenvolvimento de software são apoiados por equipes de plataforma, que são especialistas em fornecer os componentes estruturais necessários, como arquitetura e pipelines automatizados de DevSecOps.

Este modelo é essencialmente uma extensão lógica do que já é praticado em DevSecOps, onde a segurança é integrada ao ciclo de vida do desenvolvimento de software desde o início.

O que a engenharia de plataforma introduz é uma camada adicional de especialização e suporte, permitindo que as equipes de desenvolvimento se concentrem mais na lógica de negócios e menos na infraestrutura e na conformidade de segurança, que são gerenciadas por uma equipe dedicada.

Sob a perspectiva de escala, a engenharia de plataforma faz muito sentido.

Ela oferece uma maneira estruturada de lidar com as crescentes demandas por software em um ambiente empresarial cada vez mais dependente de tecnologia.

Ao criar equipes especializadas que podem focar exclusivamente em suas áreas de expertise, reduzimos o gargalo que frequentemente ocorre quando os desenvolvedores precisam navegar entre as complexidades da infraestrutura e da segurança.

Além disso, a engenharia de plataforma pode aumentar a agilidade das organizações ao permitir uma entrega mais rápida e eficiente de software.

A integração e entrega contínuas (CI/CD), fundamentais para o DevOps e DevSecOps, são aprimoradas sob o modelo de engenharia de plataforma, pois as ferramentas e processos são padronizados e otimizados por equipes que entendem profundamente as nuances e requisitos técnicos.

A adoção geral de práticas de engenharia de plataforma no mercado parece não só sensata, mas inevitável.

Empresas que buscam escalar suas operações de desenvolvimento sem sacrificar a qualidade ou a segurança verão na engenharia de plataforma uma solução atraente.

Isso se alinha com a tendência geral de especialização e divisão de trabalho, onde equipes altamente focadas podem atingir objetivos específicos com maior eficiência e eficácia.

Além disso, em um mercado que valoriza a rapidez e a adaptabilidade, a capacidade de responder rapidamente às mudanças, ao mesmo tempo em que se mantém a integridade e a segurança do sistema, é mais crucial do que nunca.

A engenharia de plataforma facilita esta dinâmica ao reduzir a carga sobre as equipes de desenvolvimento, permitindo-lhes manter o foco na inovação e na criação de valor.

A seguir, são explorados os principais conceitos que fundamentam a engenharia de plataforma.

  • Definição de Engenharia de Plataforma: Engenharia de plataforma é a prática de desenvolver e manter uma base comum de código, ferramentas, processos e práticas que são projetadas para serem reutilizadas por várias equipes de desenvolvimento dentro de uma organização. Essa abordagem tem como objetivo reduzir a redundância, otimizar os recursos e facilitar a escalabilidade das aplicações.
  • Componentes Reutilizáveis e Autoatendimento: Um dos pilares da engenharia de plataforma é a criação de componentes reutilizáveis e interfaces de autoatendimento. Esses componentes podem incluir bibliotecas, APIs, microserviços e mais, que são projetados para serem facilmente integráveis em diferentes projetos. As interfaces de autoatendimento permitem que as equipes de desenvolvimento acessam, configuram e utilizem esses componentes sem a necessidade de intervenção direta das equipes de operações ou de suporte, promovendo a autonomia e a agilidade.Infraestrutura como Código (IaC): A Infraestrutura como Código é uma prática fundamental na engenharia de plataforma que permite gerenciar e provisionar a infraestrutura através de código, em vez de processos manuais. IaC não apenas melhora a eficiência e a precisão na configuração de ambientes, mas também suporta a integração e a entrega contínua (CI/CD), permitindo que as mudanças na infraestrutura sejam versionadas, testadas e implantadas com a mesma facilidade que o código de aplicação.
  • Padronização e Governança: A engenharia de plataforma envolve a definição de padrões para desenvolvimento, segurança, monitoramento e operações. Estes padrões ajudam a garantir a consistência e a qualidade em toda a organização. A governança, por sua vez, é crucial para assegurar que as práticas e os padrões estabelecidos sejam seguidos, permitindo uma gestão eficaz dos recursos de TI e a conformidade com regulamentos externos e políticas internas.
  • DevOps e Cultura de Colaboração: A engenharia de plataforma fortalece a cultura de DevOps promovendo a colaboração entre desenvolvedores, operadores e outros stakeholders. Esta sinergia é crucial para o rápido desenvolvimento e a implantação de software, bem como para a resolução eficiente de problemas. A colaboração é facilitada por ferramentas e plataformas que integram as diversas fases do ciclo de vida do desenvolvimento de software.
  • Monitoramento e Automação: O monitoramento contínuo é vital para manter a saúde e a performance dos sistemas em uma arquitetura de plataforma. A automação, combinada com monitoramento, permite não apenas identificar e resolver rapidamente os problemas, mas também prever e mitigar potenciais falhas antes que elas impactem o ambiente de produção.
  • Segurança Integrada: Na engenharia de plataforma, a segurança é integrada em todas as fases do desenvolvimento de software e gestão de infraestrutura. Isso inclui a automação de políticas de segurança, a realização de testes de segurança contínuos e a implementação de práticas de segurança como parte do processo de CI/CD.

Evolução Cronológica

O conceito de Platform Engineering é uma disciplina emergente no domínio da Tecnologia da Informação, reconhecendo a crescente complexidade dos sistemas e a necessidade de uma abordagem holística que abrange tanto a criação quanto a operação de sistemas em ambientes de produção.

A seguir é explorada a evolução cronológica do Platform Engineering, destacando como essa abordagem tem sido desenvolvida e ajustada ao longo do tempo para enfrentar os desafios de um ambiente de negócios em constante evolução.

1) – Início e Evolução do Platform Engineering (Anos 2000 – 2010)

  • Origem e Primeiros Passos: No início dos anos 2000, a necessidade de alinhar desenvolvimento e operações começou a ganhar força. Inicialmente, as equipes de desenvolvimento e operações trabalhavam de forma segmentada, o que gerava atrasos e ineficiências. Com o tempo, a metodologia DevOps começou a emergir, estabelecendo as bases para o conceito de Platform Engineering. Esta fase marcou o início da conscientização sobre a importância da sinergia entre desenvolvimento e operações.
  • Primeiras Experiências: As primeiras iniciativas focaram em integrar processos de desenvolvimento e operações, promovendo a colaboração e a comunicação contínua entre as equipes. A premissa de “you build it, you run it” começou a ser implementada, incentivando os desenvolvedores a assumirem responsabilidades operacionais, aumentando a conscientização sobre as implicações de suas decisões de design e código.

2) – Expansão e Maturidade do Platform Engineering (Anos 2010 – 2020)

  • Consolidação da Mentalidade DevOps: Durante os anos 2010, a metodologia DevOps consolidou-se, estabelecendo princípios fundamentais que deram suporte ao Platform Engineering. A necessidade de uma abordagem holística que abrange a criação e operação de sistemas tornou-se evidente, e as organizações começaram a investir em ferramentas e plataformas que suportassem a automação e a orquestração eficientes.
  • Desenvolvimento de Plataformas Autosserviço: Nesta fase, as plataformas autosserviço começaram a ganhar destaque, permitindo que os desenvolvedores provisionassem recursos, configurassem ambientes e implementassem aplicações com autonomia. Isso não apenas acelerou o ciclo de vida de desenvolvimento de software, mas também aumentou a confiança nas soluções implementadas. A infraestrutura como código e a orquestração de contêineres tornaram-se elementos chave, permitindo que os sistemas fossem iterados, escalados e mantidos com confiança.

3) – Implementação e Consolidação do Platform Engineering (2020 – Presente)

  • Mudança de Mentalidade e Ferramentas Avançadas: A implementação eficaz do Platform Engineering requer uma mudança de mentalidade significativa. Os desenvolvedores devem internalizar e priorizar a operacionalização durante todas as fases do desenvolvimento do sistema. Ferramentas avançadas para monitoramento, telemetria, segurança e compliance tornaram-se essenciais, garantindo que os sistemas sejam sustentáveis e resilientes no longo prazo.
  • Alinhamento de Criação e Operação: Ao alinhar de perto a criação e operação de sistemas, as organizações ganham em agilidade, qualidade e desempenho. A adoção de práticas como DevSecOps e a infraestrutura como código tornou-se vital, garantindo que a segurança e a rastreabilidade das mudanças sejam incorporadas desde o início. A governança técnica sólida e uma abordagem de FinOps asseguram que os recursos tecnológicos sejam utilizados de maneira eficiente, sustentável e econômica.

4) – Reflexões e Desafios Futuros do Platform Engineering

  • Transformação Contínua: A transição para o modelo de Platform Engineering é menos uma questão de “se” e mais uma de “quando” e “como”. As organizações devem estar preparadas para enfrentar os desafios da integração profunda entre desenvolvimento e operações, investindo em formação e desenvolvimento contínuo das equipes.
  • Capacitação e Inovação: O futuro pertence às organizações que conseguem efetivamente integrar suas equipes de desenvolvimento e operações, capitalizando o conhecimento e a criatividade dispersos por toda a empresa, e transformando esses recursos em inovação e agilidade. A capacidade de resposta rápida às mudanças do mercado será um diferencial competitivo crucial.

Platform Engineering está redefinindo o ecossistema de TI, pois ao alinhar de perto a criação e operação de sistemas, as organizações ganham em agilidade, qualidade e desempenho.

Com o desenvolvedor no centro desta transformação, a prática está se tornando um componente vital para empresas que buscam inovar e competir em um mundo digital acelerado.

As preocupações operacionais agora são uma consideração primária e não uma reflexão tardia, garantindo que a tecnologia não apenas atenda às necessidades atuais, mas também seja sustentável e resiliente no longo prazo.

Concluindo

Na minha experiência como CIO e líder em tecnologia, percebo que a engenharia de plataforma representa um salto qualitativo para as organizações.

A capacidade de criar serviços internos compartilhados que resolvem problemas de engenharia em um único local não apenas otimiza recursos, mas também uniformiza a experiência de desenvolvimento em diferentes equipes.

No entanto, é crucial reconhecer que a adoção dessas práticas exige um investimento substancial em desenvolvimento de habilidades e mudança cultural dentro das organizações.

Os líderes de TI devem estar preparados para enfrentar desafios relacionados a dívidas técnicas e lacunas de habilidades, que podem dificultar a adoção ampla das práticas de DevOps e engenharia de plataforma.

A engenharia de plataforma, quando implementada com sucesso, permite que as organizações não apenas melhorem a qualidade e a entrega de suas capacidades, mas também se tornem mais ágeis na resposta a demandas de mercado cada vez mais voláteis.

Acredito firmemente que, ao adotar a engenharia de plataforma, as organizações podem efetivamente superar gargalos tradicionais e acelerar sua entrega de valor, garantindo ao mesmo tempo que as equipes de desenvolvimento se concentrem em melhorar as capacidades funcionais e não funcionais de seus produtos.

A adoção de práticas de engenharia de plataforma é, portanto, uma estratégia imperativa para qualquer organização que busque excelência e inovação contínua em suas operações de TI.

Ela não apenas simplifica e agiliza o processo de desenvolvimento, mas também solidifica a base para futuras inovações e melhorias na entrega de serviços.

Com a correta implementação e adoção dessas práticas, as organizações estão bem-posicionadas para liderar na era digital, impulsionando a mudança, otimizando operações e entregando resultados superiores.

Em resumo, enquanto a engenharia de plataforma pode não ser uma novidade radical no espectro das metodologias de TI, ela representa uma evolução natural e necessária das práticas de DevSecOps.

Ao especializar equipes e centralizar responsabilidades, ela permite uma operação mais eficiente, segura e escalável.

Vejo a engenharia de plataforma não como uma inovação isolada, mas como um passo vital na constante jornada de melhoria e adaptação que define o setor tecnológico.

Portanto, sua adoção generalizada não é apenas recomendável, mas também um indicativo de organizações que se preparam adequadamente para os desafios futuros no desenvolvimento de software e na gestão de infraestrutura.

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