Os itens dessa matéria da CIO Online bateram com algumas das minhas opiniões, formada ao acompanhar de perto mais de uma centena de squads nos últimos anos:
- O Agile é um "conceito" e a sua implementação bem sucedida (ou seja, a que aumenta a "entrega de valor" para a organização) vai derivar em modelos concretos que variam por cada empresa.
- Não existe fórmula pronta ou modelo único, cada organização possui suas características e necessidades específicas e o modelo ágil deve ser flexível para se adequar. Dentro da mesma organização as vezes pode fazer sentido ter modelos distintos por cada tribo.
- Não faz sentido pensar no método pelo método ou no ágil como sendo um fim em si mesmo. Há que ser crítico e perseguir sempre a efetiva entrega de valor (mais precisamente, aumentar e acelerar a entrega de valor).
- Entregar valor não se resume apenas em funcionalidades de negócio. Escalabilidade, Disponibilidade, Performance, Manutenibilidade ou Segurança também são atributos de valor, portanto, o ágil não pode focar apenas na sprint, é necessário que existam os mecanismos que garantam a saúde arquitetônica das plataformas e soluções no longo prazo.
- O Agile é uma questão que transcende o modelo operacional (processo, organização e ferramental) e não tem como ser implementado pela liderança via simples decreto. Se enquadra na categoria de "transformação cultural" (pessoas e equipes).
Algo que aprendi em um treinamento há muitos anos atrás (e que na época não dei muito valor) tem tudo a ver com a "natureza humana" e se enquadra perfeitamente em transformações culturais.
Se quisermos mudar uma cultura de forma sustentável, inevitavelmente precisamos transformar primeiro as camadas mais profundas da nossa consciência: tudo começa com nossas "crenças e valores", a partir daí florescem nossas "intenções", que se transformam nas nossas "promessas", e por fim, se materializam nas nossas "ações e comportamentos".
Ou seja, acho que faz sentido pensar que se queremos (não apenas individualmente, mas como organização) atuar de forma ágil, tudo começa em disseminar o conhecimento e as práticas para que as pessoas possam entender esse novo paradigma e seus benefícios, e só então, se e quando fizer sentido para elas, ajustar suas "crenças e valores" de forma a efetivamente acreditar no modelo. A partir daí o caminho está aberto para a mágica acontecer.
Já a famosa "maturidade ágil" vai aumentando de forma gradativa, mas a velocidade vai depender de alguns fatores:
- Estabilidade dos times: pessoas precisam criar laços de confiança mútua.
- Amplitude do ágil na organização: quando se depende de uma outra área que não está rodando ágil, provavelmente surgirão blockers.
- Vontade e disciplina: para os seres humanos toda transformação é uma jornada.
- Orientação e comunicação: ninguém nasce sabendo e a comunicação é vital.
- Liderança e governança: autonomia não é anarquia. É preciso guiar, direcionar e alinhar os times.
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https://www.cio.com/article/406636/7-tell-tale-signs-of-fake-agile.html