É muito comum que as empresas organizem seus ativos e competências em áreas ou departamentos, algo que tem como propósito principal buscar a maior sinergia e potencialização dos seus recursos correlatos.
A maneira como uma organização é estruturada influencia diretamente a eficiência, a comunicação, a capacidade de inovação e a resposta às mudanças do mercado.
O desenvolvimento e implementação de uma estrutura organizacional é uma das decisões estratégicas mais cruciais em qualquer empresa, e a abordagem de o fazê-lo por ativos e competências é algo que suportado por diversas teorias organizacionais, tais como:
- Teoria das Competências Organizacionais: No centro dessa abordagem está a Teoria das Competências Organizacionais. Esta teoria sugere que as empresas devem ser organizadas em torno de suas competências essenciais, ou seja, aquelas habilidades e conhecimentos que as distinguem da concorrência e lhes proporcionam uma vantagem competitiva. As competências essenciais são aquelas atividades que a empresa realiza particularmente bem em comparação com outras atividades.
- Teoria da Contingência: Outra teoria que suporta a estruturação com base em atividades e competências é a Teoria da Contingência. Esta teoria sugere que a estrutura organizacional mais eficaz é aquela que se adapta ao ambiente externo, à tecnologia e à natureza das tarefas da organização. Neste contexto, se a empresa opera em um mercado altamente dinâmico e orientado para o cliente, faz sentido ter áreas dedicadas ao "Relacionamento Comercial & Relacionamento".
- Teoria da Modularidade: a Teoria da Modularidade sugere que as empresas devem ser organizadas em módulos ou unidades que podem operar de forma semi-independentes umas das outras, mas que coletivamente contribuem para o objetivo global da empresa. Ao dividir a empresa em áreas baseadas em atividades e competências, cada "módulo" ou departamento pode se concentrar em sua competência principal, levando a uma maior especialização e eficiência.
- Teoria de Sistemas Abertos: de acordo com a Teoria de Sistemas Abertos, as organizações são sistemas que interagem com seu ambiente. Elas têm entradas, processos e saídas, e a eficácia de uma organização depende de sua capacidade de se adaptar às mudanças no ambiente. Estruturar uma organização com base em atividades e competências permite que cada área se concentre em responder a aspectos específicos do ambiente externo.
- Teoria da Dependência de Recursos: esta teoria argumenta que as organizações devem gerenciar seus relacionamentos e dependências com o ambiente externo para adquirir recursos essenciais para sua sobrevivência e sucesso. A capacidade de uma organização de inovar e adaptar-se é, portanto, em parte determinada por sua habilidade em adquirir e manter recursos críticos.
- Teoria Institucional: Propõe que as organizações são influenciadas por normas, valores e expectativas culturais e que muitas vezes adotam práticas para se legitimarem socialmente, mesmo que essas práticas não aumentem a eficiência. A conformidade com regulamentos e normas sociais pode levar à homogeneização das estruturas e práticas organizacionais.
- Teoria dos Custos de Transação: esta teoria econômica explica e prediz as estruturas organizacionais com base no custo de transações dentro do mercado e dentro das hierarquias da organização. Organizações irão estruturar-se de maneira a minimizar os custos associados a negociações, contratos e supervisão.
- Teoria do Design Organizacional: foca em como as organizações podem ser deliberadamente estruturadas para alcançar eficácia. Considera que o design organizacional deve se alinhar com a estratégia de negócios e que estruturas adequadas podem facilitar a execução da estratégia e o alcance dos objetivos organizacionais.
- Teoria Comportamental: examina o impacto dos indivíduos e grupos no comportamento dentro das organizações e como o ambiente organizacional afeta as pessoas. Ela destaca a importância de fatores como liderança, dinâmica de equipe e motivação no desempenho organizacional.
- Teoria da Configuração: essa teoria argumenta que as organizações alcançam a melhor eficácia quando conseguem atingir uma 'configuração' - um alinhamento consistente entre a estrutura, a estratégia, os sistemas de controle e o ambiente externo. Mudanças devem ser holísticas e não apenas incrementais para evitar conflitos internos e desalinhamento.
A partir desses conceitos e teorias, se mostra, portanto, ao menos de forma conceitual e meramente ilustrativa, como é o caso previsto pelo CIO Codex Framework, muito pertinente prever as seguintes áreas em uma empresa típica, tal e qual abordado na organização de Ativos & Competências:
Áreas Core (Essenciais)
- Product & Service Management (Gestão de Produtos e Serviços): São responsáveis pelo desenvolvimento e gestão do portfólio de produtos e serviços da empresa.
- Commercial & Relationship (Comercial e Relacionamento): Englobam todas as atividades relacionadas à venda de produtos e serviços e ao estabelecimento de relações fortes com clientes.
- Operation & Production (Operação e Produção): Referem-se ao coração das operações da empresa, onde os produtos são fabricados ou os serviços são prestados.
- Communication & Marketing (Comunicação e Marketing): Lidam com a criação e implementação de estratégias para promover a empresa, seus produtos e serviços.
- Customer Service & Support (Atendimento ao Cliente e Suporte): Focam no atendimento e suporte aos clientes após a venda.
Áreas Enabling (Habilitadoras)
- Administration & Executive Management (Administração e Gestão Executiva): São o centro estratégico e decisório da empresa, envolvendo a alta administração e executivos.
- Finance & Accounting (Finanças e Contabilidade): Englobam a gestão das finanças da organização, incluindo contabilidade, planejamento financeiro, análise de investimentos e riscos financeiros.
- Legal & Compliance (Jurídico e Conformidade): Lidam com todas as questões legais e de conformidade regulatória que afetam a empresa.
- Infrastructure & Facilities (Infraestrutura e Instalações): Responsáveis pela gestão física dos espaços e infraestrutura da empresa, como edifícios, escritórios, fábricas e centros de dados.
- Human Resources (Recursos Humanos): Gerenciam todos os aspectos relacionados ao pessoal da empresa, incluindo recrutamento, treinamento, desenvolvimento de carreira, avaliação de desempenho, gestão de benefícios e relações trabalhistas.
- Information Technology (Tecnologia da Informação): Abrangem a gestão da infraestrutura tecnológica da empresa, incluindo sistemas de informação, redes, segurança de dados e suporte técnico.
Nos conteúdos complementares são conceituados cada um dos grandes grupos de ativos & competências, que conforme apontado e explicado, acabam por se derivar e refletir sob a ótica de áreas da estrutura organizacional de cada empresa.