O smartphone na vida corporativa contemporânea

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A revolução digital mudou profundamente o ambiente de trabalho, inserindo tecnologias que alteram não apenas como as tarefas são executadas, mas também como as equipes colaboram e se comunicam.

Neste cenário, o smartphone emergiu como o grande protagonista, transformando-se de um simples dispositivo de comunicação para uma ferramenta de trabalho essencial.

Este aparelho, que nos acompanha constantemente, nos ajuda a agilizar uma gama enorme de atividades profissionais, desde a gestão de e-mails e agendas até o acesso a aplicações empresariais e ferramentas de colaboração.

Através de sua conveniência e capacidade de conectar profissionais não importa onde estejam, não dá para negar que o smartphone tornou-se um pilar da flexibilidade e eficiência no trabalho moderno, sinalizando uma era onde a mobilidade e a conectividade definem novos paradigmas de produtividade e colaboração.

Adoção do smartphone no ambiente de trabalho

Como ponto de partida, é essencial reconhecer a crescente integração desses dispositivos nas práticas profissionais cotidianas.

A prevalência do uso de smartphones para uma variedade de funções de trabalho, desde comunicações básicas até a gestão de tarefas complexas, reflete uma mudança significativa na natureza do trabalho moderno.

Li e recomendo essa matéria da Deloitte que aborda esse tema:

https://www2.deloitte.com/ch/en/pages/technology-media-and-telecommunications/articles/immer-mehr-menschen-arbeiten-auf-dem-smartphone.html

Quanto ao fenômeno da adoção do smartphone, ele não está limitado a localizações geográficas específicas, como a Suíça, que é tratada na matéria da Deloitte, mas é observado globalmente, indicando uma tendência universal de dependência e otimização de tarefas através da tecnologia móvel.

A adesão generalizada ao uso de smartphones transcende as barreiras entre a vida profissional e pessoal, evidenciando a necessidade de políticas de trabalho flexíveis que reconheçam e se adaptem a essa realidade.

Os quatro perfis de uso

Explorando os quatro grupos de usuários de smartphones no ambiente de trabalho, observamos uma diversidade no uso desses dispositivos.

Desde indivíduos que mantêm uma separação estrita entre as esferas profissional e pessoal até aqueles que integram ambos os aspectos de maneira indistinta em seu uso diário do smartphone.

Esta variação reflete diferentes abordagens ao equilíbrio entre vida pessoal e trabalho, influenciadas por fatores como gênero, idade e preferências individuais.

Cada grupo representa uma faceta única da interação contemporânea com a tecnologia móvel no contexto profissional.

Não sei dizer se o microcosmo da Suíça é capaz de ser representativo em escala global (tendo a crer que não).

Dos 4 grupos apontados na pesquisa sou adepto fervoroso do quarto e quando olho ao meu redor (colegas de trabalho, amigos, parceiros de negócio e familiares) vejo uma maioria esmagadora igualmente no quarto grupo (aqueles que usam o smartphone tanto para trabalho quanto vida pessoal de forma quase indissolúvel).

De qualquer forma, sendo coerente e consciente da diversidade de estilos de vida, não sei dizer se o meu "microcosmo" igualmente possui alguma capacidade de representar a sociedade como um todo.

O potencial não explorado

O potencial não explorado dos smartphones no ambiente de trabalho é vasto e promissor, abrangendo desde a otimização de processos administrativos até a inovação em serviços.

Por exemplo, no setor de saúde, aplicativos móveis podem melhorar o gerenciamento de pacientes e o monitoramento em tempo real de condições de saúde.

No setor de construção, a realidade aumentada (AR) pode auxiliar na visualização de projetos e na identificação de erros de construção antes que eles ocorram.

Já no varejo, soluções de pagamento móvel e gerenciamento de inventário podem transformar a experiência de compra, tornando-a mais eficiente e personalizada.

Esses exemplos ilustram como a integração inteligente da tecnologia móvel pode elevar a produtividade e inovar práticas de trabalho em diversos campos.

Desafios e oportunidades

Ao integrar smartphones no ambiente de trabalho, enfrentamos desafios como a segurança cibernética e a proteção de dados, exigindo robustas políticas de segurança e conscientização dos usuários.

Por outro lado, há oportunidades significativas para aumentar a eficiência e reduzir custos.

A digitalização de processos pode diminuir a necessidade de tarefas manuais e papel, enquanto aplicativos específicos para tarefas podem economizar tempo e recursos, promovendo um ambiente de trabalho mais dinâmico e inovador.

Equilíbrio entre vida pessoal e profissional

A integração do trabalho e da vida pessoal através dos smartphones representa tanto um desafio quanto uma oportunidade.

Por um lado, a capacidade de acessar o trabalho a qualquer hora e lugar pode borrar as fronteiras entre o profissional e o pessoal, potencialmente levando ao esgotamento.

Por outro lado, oferece flexibilidade sem precedentes, permitindo que os indivíduos gerenciem melhor seu tempo.

Para uma gestão eficaz deste equilíbrio, é essencial estabelecer limites claros, promover políticas de trabalho flexíveis e incentivar uma cultura que valorize tanto a produtividade quanto o bem-estar.

Minha experiência pessoal no mundo mobile

Falando especificamente do mundo de tecnologia, tive o privilégio de testemunhar de forma bastante “ativa” o quanto o mundo mudou ao longo dos últimos anos, saindo do “desktop only”, “mobile also”, “mobile first” e o agora quase “mobile only”.

Falando um pouco mais sobre tecnologia aplicada ao uso pessoal, adoro gadgets (e fui early adopter em vários) e creio que os smartphones tomaram o lugar que antes era dos carros (e depois dos computadores) como a melhor oportunidade de contato com "cutting edge technology" por parte do consumidor comum.

É muita tecnologia concentrada em um objeto tão pequeno e útil ao mesmo tempo!

E essa posição especial se dá por várias razões: seja pela portabilidade, usabilidade em qualquer lugar e a qualquer hora (ninguém carrega o carro no bolso ou usa na cama antes de dormir), seja por permitir a inserção de qualquer pessoa na vida digital, seja pela faixa de preço muito mais acessível que os carros (a proporção smartphones/habitante ultrapassou há muito tempo a de carros/pessoa).

É curioso que da mesma forma que me lembro todos os carros que meus pais tiveram ao longo dos anos, assim como todos os que eu tive, hoje tenho a mesma lembrança afetiva e cronológica de todos os celulares e smartphones que tive ao longo da vida, e olha que já foram muitos.

Sob uma perspectiva mais “consumer”, já fui um grande “fan boy” da Microsoft e me considero uma das “viúvas” do Windows Phone (desde o Windows Mobile).

Lutei contra todas as adversidades e evidências de que a morte da plataforma seria inevitável, me mantendo como usuário até “quase o fim”, abandonando o barco apenas em 2017, quando a própria Microsoft anunciou a data para o final do suporte oficial da plataforma.

Verdade seja dita, a plataforma já havia sido abandonada - ou mesmo nunca adotada - por vários players no mundo de fabricantes e desenvolvedores de apps.Apenas como uma curiosidade adicional, tanto o Bill Gates, quanto o próprio Satya Nadella (que foi quem efetivamente tomou a decisão de abandonar o mercado mobile) tornaram público, anos depois, seus arrependimentos pessoais nesse sentido.

O Bill Gates por não ter dado a atenção que o tema mobile merecia, o que segundo ele, foi algo fortemente influenciado pelo momento que a Microsoft vivia de grande pressão dos órgãos reguladores pelo domínio que o Windows e a Microsoft como um todo tinha no mercado desktop.

Segundo ele, caso não fosse esse o cenário, poderíamos estar vivendo hoje em uma realidade em que o Windows Phone (ou seja lá como seria chamado hoje em dia) seria o líder de mercado, algo que inclusive vai em linha com o próprio Google, que teve alguns representantes dando entrevistas dizendo coisas similares (eles viam o Windows Phone / Mobile como seu grande concorrente quando abraçaram o Android).

Já o Satya Nadella, mesmo com todo o sucesso e realizações que sua gestão trouxe à Microsoft, disse que o seu maior arrependimento foi ter abandonado o Windows Phone.

Nas palavras dele mesmo: “A decisão que acho que muita gente fala – e uma das decisões mais difíceis que tomei quando me tornei CEO – foi a nossa saída do que vou chamar de celular, como definido na época.”, e complementando: “Em retrospectiva, acho que poderia ter havido maneiras de fazê-lo funcionar, talvez reinventando a categoria de computação entre PCs, tablets e telefones.”.

Deixei a plataforma apenas quando não havia basicamente mais nenhum suporte do então Windows 10 Mobile, especialmente no mundo enterprise, onde as plataformas de MDM já nem aceitavam como alternativa para configurar dispositivos na modalidade BYOD. De qualquer forma, sigo ainda um usuário fiel do Windows, OneDrive e Office no computador.

Comecei minha história com smartphones a partir de um HTC Touch (com Windows Mobile 6) em 2008, dele, após todo furor da Apple e seu iPhone, “mordi a maçã” e fui para o iPhone 3G, sucedido pelos 3GS e iPhone 4.

Depois disso, em 2011, iniciei 6 anos de alegrias, promessas frustradas e, por fim, a desilusão com diversos Windows Phone (Lumia 800, 900, 920, 925, 1520 e 950 XL).

Quando não havia mais como prosseguir com tanta teimosia, e o próprio mundo enteprise já havia virado as costas para o Windows Phone (a empresa em que eu trabalhava na ocasião, por exemplo, não permitia o enrollment de dispositivos BYOD nessa plataforma), voltei então para a plataforma da Apple em 2017 com o iPhone 7.

Foram alguns anos sem perceber nenhuma inovação que me parecesse justificar a troca por um modelo mais novo. Acho que até então nunca havia ficado com o mesmo celular por tanto tempo (foram uns 3 anos).

Então em 2020, optei por migrar para a plataforma Android com o Galaxy S20. Foi interessante que para mim a principal "barreira" para a troca de plataformas foi ter que descobrir na época como migrar o histórico de mensagens do WhatsApp do iOS para o Android, algo que não era nativamente oferecido pelo próprio WhatsApp na ocasião.

Aqui fica um exemplo do poder que as plataformas de serviços digitais vão adquirindo sobre os consumidores.

Mas desde que me tornei um usuário Android voltei a encontrar novidades que me fizeram acompanhar atentamente (e esperar ansiosamente) as novidades de cada ano e modelo (Note 20 Ultra, S21 Ultra, S22 Ultra e mais recentemente o S23 Ultra).

Considero a plataforma Android (especialmente a Samsung) mais vibrante e com mais evoluções e features que, ao menos para os meus hábitos e gostos de consumo, são um diferencial frente a concorrência.

Para mim um desses diferenciais é o Dex. No home office uso uma dock station USB-C ligada a um monitor, mouse, teclado e webcam, por conta da facilidade de plugar facilmente o laptop corporativo ou pessoal, de acordo com a minha conveniência.

Esse setup me permite estender o uso do smartphone não apenas como um celular on-the-go, mas também basicamente como meu principal "dispositivo computacional" de uso pessoal, usando a interface Dex como um desktop (escrevi grande parte desse conteúdo a partir dessa plataforma).

Como qualquer nova tecnologia, esse conceito ainda tem espaço para evoluir, mas tem potencial para se disseminar no uso mais mainstream, principalmente no que tange a riqueza de funcionalidades dos aplicativos (quando comparados com suas contrapartes desktop, por exemplo na suíte Office), mas ainda assim, é surpreendente enquanto amostra do quanto a plataforma Android já amadureceu, além de seguir evoluindo se sofisticando ao longo dos anos.

Usando o próprio exemplo que dei do Dex percebo que a plataforma segue evoluindo e se preparando para funcionar bem em qualquer tamanho de tela e cenário de uso (smartphone, tablet e até mesmo desktop).

Eu achava que essa capacidade de se adaptar a diversos formato de devices seria ocupada pelo Windows, mas no final o Android foi mais ágil e flexível nessa empreitada, e quando se considera a base de usuários na casa dos 3 bilhões de usuários ao redor de todo o mundo é em múltiplas faixas de preço, tudo indica que se manterá na liderança por um bom tempo.

Tendências e expectativas futuras paras as plataformas mobile

No cenário atual de tecnologia móvel, a competição entre as principais plataformas, principalmente Android e iOS, está centrada não apenas em funcionalidades e desempenho, mas também em áreas cruciais como privacidade, integração entre dispositivos e serviços, e inovações orientadas pela inteligência artificial.

Estas tendências estão moldando as expectativas futuras para o Android e outros sistemas operacionais móveis, indicando um caminho de desenvolvimentos contínuos que podem alterar significativamente a experiência do usuário.

Privacidade e Segurança: A crescente preocupação com a privacidade e segurança dos dados tem impulsionado mudanças significativas nas políticas e funcionalidades dos sistemas operacionais móveis.

Android, por exemplo, tem introduzido a cada versão novas ferramentas que permitem aos usuários controlar melhor quais dados são compartilhados com aplicativos e serviços.

Espera-se que essa tendência de fortalecer a privacidade continue, com sistemas operacionais adotando abordagens ainda mais rigorosas e transparentes para a gestão de permissões e segurança dos dados.

Inteligência Artificial e Aprendizado de Máquina: Android e iOS têm integrado cada vez mais capacidades de inteligência artificial para melhorar a experiência do usuário, desde a personalização de interfaces até a otimização de bateria e processamento de câmeras.

A expectativa é que essa integração se torne ainda mais profunda, com a IA sendo utilizada para prever e adaptar-se às necessidades dos usuários em tempo real, melhorando a eficiência dos dispositivos e oferecendo novos serviços e funcionalidades que são atualmente inimagináveis.

Integração Entre Dispositivos e Ecossistemas: A integração entre dispositivos móveis, wearables, dispositivos domésticos inteligentes e até automóveis se tornará mais fluida.

O Android, com o Google Assistant e o ecossistema maior do Google, e o iOS, com o Siri e o ecossistema da Apple, estão se posicionando para serem os centros de comando para todos os dispositivos conectados.

A capacidade de mover-se sem problemas entre diferentes dispositivos e controlar diversos aspectos da vida digital a partir do smartphone é uma área de grande potencial e concorrência.

Expansão para Novos Mercados e Demografias: Os desenvolvedores de sistemas operacionais móveis estão cada vez mais mirando em mercados emergentes, onde a penetração de smartphones está crescendo rapidamente.

Isso requer a otimização de sistemas operacionais para funcionar eficientemente em hardware menos potente e em condições de rede menos ideais, além de oferecer funcionalidades que atendam às necessidades específicas desses mercados.

Desafios Regulatórios e de Mercado: Os desenvolvedores de sistemas operacionais enfrentarão desafios regulatórios crescentes, especialmente relacionados à privacidade de dados e à posição dominante no mercado.

A maneira como Android e iOS lidam com esses desafios pode afetar significativamente sua participação no mercado e sua aceitação pelo público.

Sustentabilidade e Ética no Design: Com a crescente conscientização sobre questões ambientais e éticas, espera-se que as plataformas móveis incorporem práticas de design sustentável e ético.

Isso inclui tudo, desde a redução do impacto ambiental do desenvolvimento e uso de dispositivos até a consideração das implicações sociais das tecnologias implementadas.

Concluindo

A adoção dos smartphones no ambiente de trabalho é uma tendência irreversível que reflete a dinâmica da revolução digital.

As estatísticas e perfis de usuários mostram uma variedade de abordagens na interação com esta tecnologia, cada uma com suas motivações e implicações.

O potencial ainda não explorado dos smartphones sinaliza oportunidades significativas de transformação em diversos setores, embora acompanhadas de desafios importantes, como a segurança cibernética e a proteção de dados.

Além disso, a gestão do equilíbrio entre vida profissional e pessoal torna-se crucial.

A chave para navegar nesta nossa nova realidade é adotar uma abordagem equilibrada e estar aberto à adaptação contínua às novas tecnologias, garantindo não apenas a eficiência e a inovação, mas também o bem-estar dos colaboradores.

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