AI está por toda a parte, agora como “enhanced by AI”. Até mesmo o Mainframe entrou no jogo!
Segundo essa matéria da ComputerWorld serão lançadas várias melhorias na plataforma zOS: https://www.networkworld.com/article/3688959/ibms-mainframe-operating-system-upgrade-will-embrace-ai.html
Penso que é de se admirar a incrível flexibilidade e adaptabilidade que a plataforma Mainframe vem demonstrando ao longo de quase 60 anos de vida, dessa vez se modernizando para abraçar AI e Cloud.
E da mesma forma, também fico pensando em como seria o mercado e a competitividade entre as plataformas (mainframe versus on-premises versus cloud) em uma realidade paralela em que os custos do mundo Mainframe fossem mais baixos.
Ao longo dessas décadas o Mainframe já encarou diversos desafios e muita concorrência, mas os seus diferenciais de escalabilidade, resiliência e segurança (dentre outros) acabaram por compensar o custo de operação, de forma que tentativas de migração para outras plataformas ou falhavam por não haver paralelo técnico, ou não se mostravam economicamente vantajosas (ou mesmo viáveis).
Mas quando olho a evolução recente do universo Cloud cada vez mais maduro, parece que dessa vez o Mainframe finalmente encontrou um concorrente a altura. Que o digam cases reais de avanços que vão sendo divulgados aqui mesmo no Brasil pelo Santander e Itaú.
Em paralelo se vê avanços (acho que da própria IBM) em utilizar Gen AI na migração de soluções Cobol para Java. Microsoft e Amazon devem possuir algo análogo. Os ataques de disrupção estão vindo por todos os lados!
Não sei se esse é o “Ragnarok” do Mainframe, mas vale acompanhar os próximos capítulos dessa história nos próximos anos, mas ponderando que trilhar esse caminho de saída não é um passeio no parque
A dificuldade cresce conforme a complexidade da plataforma/arquitetura de aplicações, especialmente nas grandes empresas com muito processamento, muitas aplicações, muitas integrações e acoplamentos profundos entre si desenvolvidos ao longo de muitos anos (as vezes décadas).
Muitas dessas integrações, acoplamentos e suas regras de negócio possivelmente existem sem o conhecimento de mais nenhuma pessoa ou documentação nas organizações (a vida como ela é) e conforme se avança no processo de migração e vai se descobrindo essa complexidade oculta ou desconhecida, a realidade vai se descolando do business case original.
Ao mesmo tempo, qualquer um que coloca workloads na cloud percebe rapidamente que os custos de operação podem sair facilmente de controle se não houver um rígido controle e visão crítica.
E por fim, o nível de serviço, que é para muitas indústrias um fator chave. Afinal, não é uma decisão fácil virar a chave e sair de algo que se sabe que está funcionando e com os serviços de pé e ir para algo que muito provavelmente necessitará de algum fine tuning até operar no mesmo nível de disponibilidade e performance (algo natural em migrações assim).