Nas últimas décadas, pode-se assistir a uma transição significativa no núcleo dos valores corporativos, orientando-se cada vez mais para a sustentabilidade.
Esta convergência não foi uma mudança forçada, mas uma evolução orgânica impulsionada por novas expectativas de stakeholders, avanços tecnológicos e uma conscientização global sobre questões ambientais, sociais e de governança – conhecidas coletivamente como ESG (Environmental, Social, and Governance).
A mudança de valores tradicionais, focados no lucro e na eficiência operacional, para valores sustentáveis revela uma mudança de paradigma nos negócios.
As organizações perceberam que para manter a relevância e a prosperidade a longo prazo, precisam ir além do balanço financeiro e incorporar práticas que respeitem o meio ambiente, valorizem o capital humano e operem com uma governança forte e ética.
Dentro desse cenário, verifica-se uma clara ascensão e adoção da Tríade ESG, notadamente por conta de alguns fatores sociais e corporativos concomitantes:
- Reação à Demanda Social: As expectativas dos consumidores, cada vez mais informados e conscientes, foram cruciais para esta mudança. A preferência por empresas que demonstram responsabilidade ambiental e social começou a refletir-se nos resultados financeiros, incentivando as empresas a adotar valores sustentáveis.
- Pressão dos Investidores: Simultaneamente, investidores e acionistas começaram a privilegiar a sustentabilidade, reconhecendo que práticas responsáveis são indicativas de gestão de risco avançada e potencial de crescimento a longo prazo.
- Legislação e Políticas Públicas: Governos e entidades reguladoras também desempenharam um papel, introduzindo leis e regulamentos que incentivam ou exigem práticas sustentáveis, levando a uma maior adoção de valores alinhados ao ESG.
A tecnologia se mostrou até aqui uma aliada crucial nesta transição, fornecendo as ferramentas para implementar práticas sustentáveis de maneira eficiente e inovadora.
Do uso de dados para rastrear e melhorar a pegada de carbono a plataformas digitais que promovem a inclusão social, a tecnologia permitiu que valores sustentáveis fossem integrados em todos os aspectos dos negócios.
Destaca-se também a integração orgânica dos conceitos de sustentabilidade na Cultura Corporativa, através da transformação cultural, com a convergência para valores sustentáveis.
Sendo que essa transformação não se limitou a políticas e procedimentos, dado que ela permeou a cultura corporativa, transformando a maneira como os funcionários pensam e agem no dia a dia.
Adicionalmente, de forma a reforçar essa transformação, a educação e a conscientização, a partir de programas de formação e campanhas de conscientização ajudaram a solidificar os valores sustentáveis como uma parte inerente do ethos corporativo.
Embora a jornada para a sustentabilidade tenha trazido desafios, como a necessidade de reestruturar operações e reavaliar cadeias de suprimentos, ela também criou oportunidades.
As empresas que abraçaram valores sustentáveis muitas vezes descobriram novos mercados, aprimoraram sua resiliência e construíram uma reputação robusta que serve como uma vantagem competitiva tangível.
A convergência para valores sustentáveis é um reflexo do reconhecimento de que as práticas empresariais não existem em um vácuo.
As decisões tomadas dentro das salas de reunião têm impactos que reverberam além dos limites corporativos, afetando o planeta e a sociedade.
Dessa forma, se reforça a importância de estabelecer a base para entender como os valores corporativos evoluíram para abraçar a sustentabilidade, preparando assim o terreno para uma discussão mais aprofundada sobre como esses valores podem ser definidos, implementados e medidos dentro do contexto empresarial moderno.